Ruídos no ambiente de trabalho

25 de julho de 2020

O ruído existente no ambiente de trabalho pode acarretar diversos prejuízos ao trabalhador, que vão muito além do estresse e dores de cabeça, mas também podem contribuir para a perda auditiva, comprometendo seu rendimento profissional.  No artigo de hoje, vamos saber mais sobre os riscos que a exposição aos ruídos pode ocasionar à saúde, assim como, as maneiras de se proteger. Confira:

Ruído ocupacional

Também chamado de ruído no ambiente de trabalho, o ruído ocupacional é identificado quando um som excessivo e inquietante permeia o ambiente onde o trabalhador está realizando suas atividades, sendo comum em setores como siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, entre outros. Esse som pode ser causado por qualquer objeto ou equipamento, tais como pelo funcionamento de máquinas, música em volume excessivo, entre outros.

No entanto, cabe destacar que nem sempre os efeitos desse incômodo se manifestam imediatamente, visto que podem ter efeito cumulativo e surgir a longo prazo, devido a continuidade da exposição. Segundo pesquisas, como o do Protocolo de Perda Auditiva publicado pelo Ministério da Saúde, a exposição a ruídos pode causar alterações na estrutura da orelha interna, que determina a ocorrência de transtornos no ouvido (CID 10 – H83.3), sendo considerado um dos problemas mais frequentes que prejudicam a saúde do trabalhador.

Perda Auditiva Induzida por Ruído

A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é a perda provocada pela exposição demasiada ao ruído. Em geral, esse tipo de problema pode ser configurado como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente bilateral, irreversível e progressiva, conforme o tempo de exposição ao ruído. Entre os principais sintomas da PAIR, em estágios iniciais, estão problemas como zumbidos; dificuldade de localização da fonte sonora; falta de atenção e de concentração durante realização de tarefas; alterações do sono; dor de cabeça e tontura.

Qual nível de ruído permitido no trabalho?

De acordo com a legislação brasileira, o nível de ruído permitido no ambiente de trabalho não deve exceder 80 decibéis, considerando a exposição do trabalhador por até 8 horas diárias a tal risco, sem o uso de equipamentos. Nesse sentido, a partir de 80 decibéis, a lei determina que, para cada cinco decibéis de elevação, as horas de exposição do trabalhador devem diminuir. Ou seja, quando o ruído chegar a 85 decibéis, o colaborador só poderá ficar exposto ao som por 4 horas; com um ruído de 90 decibéis, as horas de exposição diárias decaem para 2 e assim por diante.

Para se ter uma ideia, segundo especialistas, ambientes que possuam mais de dez máquinas (computadores, impressoras etc.), dependendo da exposição, já podem estar excedendo o limite de 80 decibéis. Agora, imagine o tamanho do risco ao qual o trabalhador está exposto em ambientes com equipamentos que emitem um barulho maior, tais como furadeiras, retroescavadeiras ou, ainda, profissionais que trabalham como DJs ou em grandes indústrias. Em todo caso, é importante estar sempre atento aos cuidados básicos à sua audição para evitar problemas auditivos e garantir mais proteção à sua saúde.

Controle de ruídos

De maneira geral, toda empresa deve adotar o PPRA (Prevenção de Riscos Ambientais); o PCA (Programa de Conservação Auditiva) e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Esses programas têm como objetivo assegurar mais segurança à rotina das empresas e à saúde dos funcionários, podendo ser utilizados também como um guia para o empregador adequar suas necessidades às capacidades do trabalhador, sem colocá-lo em risco.

Além disso, também é necessário que o empregador esteja atento a duração da exposição do funcionário a ruídos ou agentes causadores da doença. Inclusive, em alguns casos, pode ser indicado que o empregador adote alternativas para minimizar os efeitos de tal exposição, como a realização de pausas nas atividades, mudanças de funções, redução da jornada de trabalho, entre outros aspectos que se adequem com a atividade em questão.

Direitos do trabalhador

Além das alternativas que podem ser adotadas pelo empregador, o funcionário também tem o direito de receber EPI (Equipamento de Proteção Individual), nesse caso, em especial, protetores auriculares para garantir mais segurança à sua audição. A realização de audiometria também pode ser indicada para o Êxito do programa de prevenção da perda auditiva no trabalho. Em todo caso, é importante sempre consultar um especialista em Direito do Trabalho para esclarecer suas dúvidas e garantir a preservação dos seus direitos. O escritório Dorfmann & Camino está preparado para prestar toda a assistência jurídica necessária para o seu caso. Entre em contato!