Ignomínia, o ato de degradar para empoderar as palavras

30 de novembro de 2023

Não é de hoje que se é falado sobre o poder do uso das palavras nos dias atuais. Com muito mais relevância e impacto, o mal-uso delas afeta o poder e o impacto de notícias realmente relevantes e, com efeito contrário, proporcionam o mau entendimento de contextos. É possível dizer que, o uso delas, com tom perverso, se torna um sinal explícito de um manifesto contrário ao que se quer expressar, ou com cunho de maldade.

É assim que diversas situações podem ser moldadas e que, na análise atual, está acontecendo, como no caso da guerra entre Israel e Hamas. O contexto abordado é histórico e desde lá carrega muito mais que o uso errôneo de palavras ou significados, mas, um contexto social no qual foi imposto, por meio de interpretações equivocadas, que terroristas sejam chamados de resistentes, informações sejam transformadas em desinformações e situações que alteram a importância dos fatos.

Intencionalidade no significado das palavras

Atualmente o mundo vem enfrentando uma série de conflitos. O caso de guerra entre Israel e Hamas, tem sido discutido há muitos anos e, atualmente, se intensificado pela situação de conflito dos povos.

Falar sobre esse caso e intencionalidade das palavras no contexto midiático, pode ser um trabalho de análise clara, onde, por diversas vezes, pode mudar o contexto do que de fato está acontecendo. Um exemplo disso é falar que terroristas são “resistentes”, quando, esses mesmos, tiram a vida de uma série de Judeus em Israel.

A intencionalidade das palavras muda o significado e, procurar sinônimos para elas, nem sempre é uma alternativa eficaz. O óbvio, em alguns casos, precisa ser dito, pois, neste caso de guerra, ele pode mudar o contexto histórico dos fatos. 

Equivalências, são mesmo necessárias?

Como falado anteriormente, tirar o peso das palavras, por vezes, tira o significado do contexto que ela está. Da mesma forma que mudar o contexto da informação a fim de tendenciar uma notícia, pode ser um passo arriscado a se dar. Um exemplo pode ser analisado em um fato acontecido recentemente, quando houve notícia de que Israel havia bombardeado um hospital, deixando cerca de 500 vítimas.

A notícia, como um todo, foi modificada a fim de oferecer mais impacto no momento da informação, quando, na verdade, menos de 100 vítimas foram afetadas e o bombardeiro, aconteceu não por Israel, mas por um desfuncionamento de um foguete que caiu dentro da própria Faixa de Gaza. Isso tem um nome e se chama ignomínia.

Ignomínia, quando há intenção de degradar

Existe um conceito que fala sobre a intenção de desonrar e ele se chama ignomínia, que, de acordo com dicionário da língua portuguesa, é o seguinte: “grande desonra infligida por um julgamento público; degradação social; opróbrio”.

É importante analisar quando isso ocorre. Em contextos atuais, como o citado anteriormente, a guerra que assola a região de Israel, é repleta de ignomínia. Não o ato do conflito, mas o poder do uso das palavras. Por diversas vezes esse tipo de “crime” é cometido na mídia, onde utilizam termos que degradam o cunho social tanto de quem está cometendo os crimes, como os terroristas do Hamas, quanto quem está sofrendo com a situação, como as vítimas Israelenses.

Entender esse tipo de abordagem requer entendimento do assunto, análise dos fatos e conhecimento sobre os termos. Em grande parte das situações, não existem equívocos e sim inequívocos, quando há intenção na escrita. Dessa forma, se torna fácil transformar uma situação em outra sem levar em consideração fatos que constroem a história como um todo.

Para além disso, o contexto abordado da guerra entre Israel e Hamas, é um tema que necessita de cuidado quando expressado e, acima de tudo, precisa ser analisado com contextos reais das informações.